As 25 maiores denominações religiosas dos Estados Unidos.

1.  A Igreja Católica, 68.503.456 membros.
2.  Convenção Batista do Sul, 16.160.088 membros.
3.  A Igreja Metodista Unida, 7.774.931 membros.
4. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias(Mórmons), 6.058.907 membros.
5.  A Igreja de Deus em Cristo, 5.499.875 membros.
6.  Convenção Batista Nacional,5.000.000 membros.
7.  Igreja Evangélica Luterana na América, 4.542.868 membros.
8.  Convenção Batista Nacional da América,3.500.000 membros.
9.  Assembléias de Deus, 2.914.669 membros.
10.  Igreja Presbiteriana (EUA), 2.770.730 membros.
11.   Igreja Metodista Episcopal Africana, 2.500,000 mil membros.
12.  Convenção Batista Nacional Missionária da América, 2.500.000 membros.
13.A Igreja Luterana -  Sínodo de Missouri (LCMS), 2.312.111 membros.
14. A Igreja Episcopal, 2.006.343 membros.
15.  Igrejas de Cristo, 1.639.495 membros.
16. Arquidiocese Ortodoxa Grega da América, 1.500.000 membros.
17.  Assembléias Pentecostais do Mundo., 1.500.000 membros.
18.   Metodista Episcopal Africana, Igreja de Sião, 1.400.000 membros.
19.  Igrejas Baptistas Americanas , 1.310.505 membros.
20.  Testemunhas de Jeová, 1.162.686 membros.
21. Igreja Unida de Cristo, 1.080.199 membros.
22. Igreja de Deus (Cleveland, Tennessee ), 1.076.254 membros..
23.. Igrejas Cristãs e Igrejas de Cristo, 1.071.616 membros.
24.  Adventista do Sétimo Dia Igreja, 1.043.606 membros.
25.  Convenção Batista Nacional Progressista,1.010.000 membros.(em parte devido a uma nova metodologia de contagem de membros).
Relatório do Yearbook of American & Canadian Churches 2011
Fonte: www.christianpost.com 

Obs: A maioria das Convenções Batistas dos EUA fazem parte da Baptist World Alliance (Aliança Batista Mundial) que reúne mais de 100 milhões de Batistas de todo o mundo. 

Opa Olha ai quem esta em 1!! KKKK

Carta de Dom Pestana antes das eleições!

Infelizmente as vezes pouco conhecido, mas um Santo.
Como muitos os chamavam o novo Atanásio !
“Caros irmãos no Episcopado,
Suportem-me, que o menor dos irmãos lhes possa dirigir uma palavrinha amiga, mas angustiada de quem se prepara, temeroso, para partir.
Pelo amor de Deus! Estamos diante de uma situação humanamente irreversível. A América Latina, outrora “Continente da Esperança”, como a saudava João Paulo II, hoje mergulha na antecâmara do terrorismo vermelho, aliás, como prenunciava aos pastorinhos de Fátima a Senhora do Rosário.
Podem parecer, a essa altura, resquícios de uma idade de trevas, mas tudo acontece como se ouviu em dezembro de 1917 (“a Rússia comunista espalhará seus erros pelo mundo, com perseguições à Igreja, etc.”). Assusta-me a corrupção dentro da Igreja, o desmantelamento dos seminários, a maçonização de Cúrias e Movimentos.
Horroriza-me a frieza com que olhamos tal estado de coisas. Somos pastores ou cães voltados contra as ovelhas? Somos ou não, alem disso, cúmplices de uma política atéia empenhada em apagar os últimos traços da nossa vida cristã?
Perdoem-me, mas não poderia deixar de falar, sem me sentir infiel à minha consciência e à minha Igreja.
Parabéns a Dom Luiz Gonzaga Bergonzini e a Dom Henrique Soares da Costa”.
O apelo de Dom Pestana não ficou sem frutos. Uma reação inédita contra o aborto surgiu de vários Bispos brasileiros. Não, porém, suficiente para impedir a eleição da candidata do PT. Angustiado pela vitória de Dilma Rousseff, Dom Pestana ainda encontrou forças para enviar-me uma mensagem de ânimo no dia 17 de novembro de 2010:
“Carissimo Pe Lodi:
Deus Nosso Senhor o abençoe sempre; Nossa Senhora o acompanhe e defenda a cada momento, para não nos vermos privados da sua lucidez e coragem.
O seu pronunciamento acerca do O poder da oração e uma vitoria da cultura da morte representa um estimulo para aqueles que sabem que uma batalha perdida não é uma guerra desperdiçada.
Quando se luta por Deus, a nossa fé não pode vacilar.
Cristo garantiu-nos que os poderes da morte do pecado não hão de vencer, e o Senhor nos pede não a vitória, mas a luta.
Ai daqueles que vacilam e baixam a guarda!
É aí que os inimigos avançam.
Muito obrigado pelo seu testemunho de verdadeiro apóstolo.
Continuamos rezando: é a nossa força”.
Anápolis, 11 de agosto de 2010. 

Martim Procelária


Existe em certas regiões marítimas um tipo de pássaro tão branco quanto a neve, cujo prazer é andar na crista das ondas dos mares convulsionados. Deparando-se com algo dentro d’água, mergulha inesperadamente, saindo do outro lado triunfante e com altaneria da bravura cometida, portando no bico o fruto da sua ousadia: um peixe.

Daí vem o seu nome, que é Procelária — pássaro que luta contra as procelas (procelas são as cristas brancas das ondas do mar).

Muito tempo atrás, na época em que os homens sabiam admirar, existia ao lado do paraíso uma região de tal maneira bela, que, segundo os mais famosos sábios, era o espelho da beleza divina.

A fim de evitar a invasão dos demônios e das forças diabólicas, Deus criou em sua volta cordilheiras tão majestosas e tão grandiosas, que nenhum inimigo ousava delas se aproximar. Evidentemente a paisagem não seria tão perfeita se a ela não fosse acrescentado o grandioso panorama marítimo. Sendo assim, no lado da região que dava para o mar, Deus não criou montanhas, mas fabulosas palmeiras imperiais. Nesse pequeno paraíso, os animais mais belos foram criados, não existindo cobras, nem lagartos, nem mosquitos e aranhas. Tudo era maravilha, tudo era encanto.

Como não poderia deixar de ser, os demônios, no mais profundo dos abismos, uivavam e se mordiam de ódio contra tal charme. Queriam, entre um ranger de dentes e outro, estraçalhar aquela maravilha. Mas como? Pelas montanhas, não lhes tinha sido dado o poder; pela praia lhes era impossível, pois a sublimidade da região era tal, que eles ficavam paralisados de terror. Até que se levantou o chefe dos demônios, e disse:

— Vamos enfurecer os peixes do mar mais hediondos, dos mais profundos dos mares, e esperemos uma tempestade. Aí chegará a nossa hora, pois através dos monstros ajuntaremos grande quantidade de água, com a qual devastaremos a região.

Assim se fez. A tempestade veio e a tromba d’água assolou a região encantada. Foi uma desolação quase total. Muitos animais choravam sobre seus filhotes mortos. Os pássaros, apavorados, procuravam novas árvores para seu ninho. E caso houvesse outra borrasca como essa, a perda seria inevitável e irremediável.

Cientes do perigo, todos os animais se reuniram em torno do monárquico leão, a fim de tomar as medidas necessárias.

— Não temam — disse com rugido majestoso o nobre leão. — Isso é obra do demônio e seus seguidores. Deus está conosco. Ordeno aos pássaros, meus embaixadores, que vão até São Francisco, patrono de todos os animais, e lá do céu tragam a solução.

Após sete dias de viagem, chegavam os pássaros junto a São Francisco. O problema foi de difícil solução. De início São Francisco disse: 

— Vamos construir montanhas, tão altas como as já existentes, isolando assim por completo a região terrestre da marítima.

— Isso não é possível — disse um pássaro amarelo com listras vermelhas. — Não poderíamos assim fazer, porque perderíamos a grandiosa beleza do mar.

— De fato tens razão. Vamos até Nossa Senhora. É certo que ela nos ajudará.
Nossa Senhora, contente por terem recorrido a Ela, atendeu a todos prontamente:

— Uma das coisas que o mal mais teme é a minha vocação virginal. Você — disse, apontando para um pássaro cinzento que estava pousado no ombro do patrono São Francisco — gostaria de ter a honra desse combate?

O pássaro, com muita humildade, voou até os pés da Virgem, beijou-os devotamente, e Ela lhe disse:

— A honra desse combate se estenderá a todos os seus descendentes. Sempre que houver tempestade, e que as ondas atentarem contra a criação sublime de meu Filho, avancem corajosamente contra as malditas ondas, bradando "Ave Maria Puríssima!" Eu lhes garanto que o mal fugirá, e as vagas das ondas se tornarão inofensivas.

Terminado o conselho, a Mãe de Deus abençoou esse seu filho já consagrado aos serviços daVirgem, enchendo sua alma de heroísmo e amor pelo combate. Imediatamente o pássaro mudou de cor, que era cinza, e tornou-se branco como as espumas do mar. Era o pássaro Procelária. Desse dia em diante, toda a paz dos animais da região ficou confiada à estirpe dos Procelárias.

Uma coisa sabemos: a toda honra concedida por Deus correspondem sacrifícios, que Nossa Senhora nos ajuda a suportar. Portanto, o nosso Procelária teria também seus sacrifícios: não lhe foi dado o tempo de construir para si ninhos confortáveis e aconchegantes, como os demais pássaros. O Procelária e seus descendentes teriam que viver em buracos nas pedras, enfrentando dia e noite o frio e a chuva, a fim de estarem a todo momento prontos para o combate.

Ao saber das boas novas, o bravo leão, junto com sua corte, rendeu graças à Virgem, Rainha dos Exércitos. Usando de sua astúcia militar, o rei dos animais não perdeu tempo: analisou o campo de batalha e indicou os pontos estratégicos.
É de chamar a atenção o que se passou com os Procelárias: nasceram muitos filhotes, porém nem todos nasciam brancos e reluzentes. Havia os que nasciam cinzentos, e esses, ao se tornarem adultos, iam para o vale e aí formavam seus ninhos confortáveis, constituindo uma família enorme de pássaros cinzentos. Desses cinzentos, quando algum pássaro branco nascesse, desde jovem ia para as montanhas de pedras. Em suma, a honra do combate era somente para os portadores da bênção da Virgem.

Os Procelárias brancos eram em número de vinte. O vigésimo, em certa época, chamava-se Martim Procelária, e é aqui que começa a história.

Martim era o Procelária mais cândido, o que mais luz refletia. Tal era a sua alvura, que nenhum pássaro conseguia fitá-lo por muito tempo. Nos combates às forças infernais, Martim Procelária era o mais ousado, e no brado à Virgem ele era o mais harmonioso. O inferno sofria e espumava de ódio, pois havia o Martim Procelária.
Belzebú, chefe dos infernos, com seus uivos medonhos, rosnando, reuniu novamente seus asseclas para maquinarem planos de destruição do vale maravilhoso:

— Precisamos eliminar um dos Procelárias. Assim, com um ponto fraco, conseguiremos derrubar o vale. E temos que eliminar o mais importante deles: o Martim Procelária.

Era quase noite. O vento frio uivava violentamente por entre as pedras e cavernas da montanha. E lá, na vigésima guarita de pedra, estava o nosso bravo Martim. De repente entra um sopro frio, lentamente, como jamais se fizera sentir. Era o sopro da tentação. Nisso o Martim pensou:

- Como é dura a minha vida! Nem tenho ninho confortável! Creio até que os animais, lá no vale, nem sabem que existo. Era o começo de uma tentação terrível.

O dia seguinte amanheceu nublado, e o pobre Martim voava de maneira diferente. O que se passava? Talvez nem ele mesmo soubesse. Mas o que sentia era um vazio na alma. Para que estaria ele fazendo todo aquele sacrifício? Talvez sua vocação fosse outra... Eram os demônios, querendo destruí-lo com tentações.

Estava certo dia sobre uma pedra, tomando um agradável banho de sol, e seus pensamentos vagavam pelo vazio. Olhando para o alto, viu cortar o azul celeste um ponto negro. Sentiu o mesmo vento frio do outro dia. Sua alma, cheia de dúvidas, já estava preparada para ser atacada pelo inimigo.

Ao se aproximar o horrível ponto negro, Martim notou que era um pássaro de vôo majestoso. Pela tranqüilidade aparente do vôo, parecia que jamais preocupação alguma cortava seu caminho, tudo era brincadeira. O misterioso pássaro contornava suavemente as brancas nuvens, que pareciam brincar com ele. Isso atraía a atenção de Martim, e Belzebu, o chefe das trevas, sorria com isso.Instintivamente, quiçá levado pela admiração, Martim começou a voar. Subiu... subiu... até que teve um pequeno sobressalto: a aparência do misterioso voador não correspondia à majestade de seu vôo. Enquanto seguia rumo a ele, o monstro preto como urubu voltou sua cabeça despenada para Martim, e tentando ser agradável, disse:

— Oi!

Que diferença entre esse cumprimento e aquele do céu, "Ave Maria Puríssima"...
Mas, já fraco pela tentação, o infeliz Martim teve vergonha de ser ridicularizado se respondesse como sabia. E então pensou:

- Quem sabe se, para conquistar sua amizade, um outro "oi!" não ajudasse...

O pobre Procelária não sabia que seu brado "Ave Maria Puríssima" espantaria o demônio ali encarnado.

— Oi! — respondeu o Martim, após muita hesitação.

A alma de Martim já estava inteiramente quebrada pela tentação do conforto, do sossego...

— Menelau é o meu nome — disse o urubu, já triunfante da primeira batalha. — A mim foi dado todo este panorama. Tenho liberdade de ir para onde eu quiser. Nada me detém. Comida não me falta. Tudo para mim é conforto: minha esposa, meus filhos, meu lar... E você, o que tem?

Coitado do Martim! Ficou com vergonha de dizer que só tinha a glória. Vendo sua hesitação, Menelau insistiu:

— Venha comigo! Repartiremos juntos minha felicidade, meus vôos e meus panoramas. Para mim é fácil dar tudo isso a você. Queres? É só me seguir.

O Martim ainda se lembrou:

— Mas se as ondas vierem e...

— Nada disso! — rugiu Menelau, cortando as palavras de Martim. E depois procurou ser suave:

— Estamos na primavera. Ondas, tempestades, só daqui a seis meses, no inverno. E além do mais, daqui a três meses você será substituído. Nesse ínterim você terá aquela felicidade...

Sem esperar resposta, Menelau levou Martim para conhecer outros panoramas. Tudo era novidade para o pequeno Martim. Ele estava encantado, e nem mais lhe causava estranheza a feiúra e horror do seu novo amigo. De fato o mar estava calmo, não havia perigo. O infeliz Procelária resolveu seguir o asqueroso urubu. Voaram juntos por um bom tempo, e depois a fome começou a apertar.

— Onde está o alimento? — perguntou ingenuamente o Martim, olhando um pouco inquieto para Menelau.

— Logo o teremos. Veja lá em baixo, são todos os meus parentes que estão reunidos em torno de seu banquete. Vamos até lá.

E assim, em círculos cada vez mais baixos, suavemente começaram a se aproximar do festim.

- Que será aquilo? — pensava Martim. — Qual será a surpresa? Parece ser boa, pois todos comem com tal avidez. Parece que nem respiram para comer.

Na realidade a surpresa lhe foi desagradável.

— Que mau cheiro!!!

— Venha rápido — gritou Menelau, com a boca cheia de carniça. — Se não chegar logo, nada lhe sobrará.

Menelau, sem mesmo ter acabado de chegar, já se atolara na carniça.

— Mas isto é o meu alimento tão prometido? — perguntou Martim.

— Ora, a coisa não é tão ruim. É só uma questão de hábito.

Aproximando-se ainda mais da malcheirosa carniça, Martim titubeou.

— O que é isso? — perguntou o raivoso urubu. — Não quer ser um dos nossos? Então coma.

A fome era grande... e o Martim comeu. Imediatamente suas penas brancas e reluzentes tornaram-se negras e opacas como um carvão. Seu bico reto e agudo, próprios para os brados à Virgem, tornou-se curvo e ensebado como um anzol velho. Seu pescoço tornou-se despenado e cheio de pelancas. Sua voz harmoniosa tornou-se um hediondo grasnar rouco e desafinado.
O bando dos urubus caiu na gargalhada.

— Agora não adianta mais. Tu serás um dos nossos para todo o sempre.

E as gargalhadas no meio da comilança continuaram.

- Já não sou mais um Procelária. Tornei-me um urubu — pensou o degradado Martim, e afundou-se na carniça podre e purulenta.

Passaram-se dois meses. Martim não conhecia mais a alegria. A nova amizade o enganara. Martim estava enfadado da vida. Começou a voar só e muito alto. Menelau, porém, o vigiava atentamente e à distância. Em seus vôos solitários, Martim olhava nostálgico para o azul do mar, sem todavia ter coragem de retornar. 

- Como eu pude abandonar minha vocação? — pensava o Martim. — Que fraqueza a minha! Deixei de ser um eremita Procelária para ser o mais podre dos animais. Quando Nossa Senhora chama alguém para uma vocação tão alta, e esse alguém volta as costas para a vocação, o tombo é grande, e se afunda no mais profundo dos abismos. Quando se tira o peixe para fora d’água ele morre, porque foi feito para viver na água. Assim também, quando Deus cria alguém para uma vocação e este se afasta dela, morre como o peixe fora d’água.

Em tudo isso Martim pensava. E quando a saudade lhe batia na alma, o negro urubu Menelau logo intervinha com sarcasmo:

— Isso é coisa do passado... Nunca mais você voltará a ser um eremita Procelária. Aliás, vou lhe revelar um segredo. Olhe bem para o horizonte. Que está vendo?

— Vejo uma enorme nuvem escura, prenunciando uma borrasca.

— Pois é, dentro de pouco tempo uma tempestade virá, e seu vale será totalmente destruído.

E assim Menelau descreveu, entre gargalhadas, toda a terrível trama dos demônios e o seu pacto com Belzebu, pois este havia prometido que, se Menelau destruísse o Martim, o vale iria ser destruído e toda a carniça do vale seria dos urubus.

— Veja! — berrou o maldito.

As nuvens negras começaram a se unir, tornando o céu sem luz e de uma escuridão quase palpável. Os ventos começaram a se tornar violentíssimos. A tempestade desabou. Raios e relâmpagos cruzavam o céu.

Os dezenove Procelárias entoavam cânticos de guerra e formavam fileiras próximo às guaritas de pedra, preparando-se para o combate. Os Procelárias sabiam que este seria um terrível combate, pois uma guarita, a vigésima, estava vazia. O que teria acontecido com o bravo Martim? Dos dezenove Procelárias, nenhum sabia dizer.
Repentinamente um raio ensurdecedor deu início à batalha. Furacões gigantescos se batiam contra a arrojada defesa do pequeno paraíso, e os Procelárias, quase esgotados pela fadiga, não se rendiam, pois tinham de seu lado a promessa da Virgem.
O pequeno Martim já não mais ouvia o "fala-fala" do urubu carniceiro. Uma saudade imensa invadia sua alma. Tinha saudade do tempo em que ele era alvo e luminoso, tinha saudade do tempo em que Nossa Senhora o amava.

Menelau, com sua percepção diabólica, sabia o que se passava na alma de Martim, e procurava com todas as forças apagar o entusiasmo que crescia no coração dele:

— A perda de inocência é irreparável, você não tem mais salvação, você é negro como um urubu... O inimigo que ataca os Procelárias não é nada, perto do que vem agora.

Nisso, algo de assustador desponta no horizonte. Uma onda colossal, até então jamais vista, estava se avolumando e caminhando na direção da vigésima guarita, que estava vazia. Enquanto isso os outros Procelárias davam uma mostra de heroísmo sem igual, mas combatiam na outra extremidade, levados por um plano do inimigo, e nada percebiam.
A onda que se aproximava era um verdadeiro furacão devastador. A impressão que se tinha era que os demônios retiraram todas as águas do mundo e ali as concentravam, para a satânica investida.

— Seu paraíso está irreparavelmente perdido — gritou o urubu. — A investida será feita pela vigésima guarita. Você a conhece? 

O Procelária, para desespero do urubu, já não se interessava mais pelo que estava ao seu redor. No mais profundo de sua alma, ele rogava a Nossa Senhora:

— Perdão, minha Mãe. Estou arrependido do que fiz. Dai-me forças novamente. Perdão, minha Mãe. Dai-me forças...

No fundo do seu coração, sentiu uma voz que dizia:

— Coragem! Vá, meu filho, vá! Estarei contigo!

Martim, com ar decidido, esticou as asas e lançou-se a toda velocidade contra a tromba d’água, sem perceber que aos poucos suas penas tornavam-se brancas novamente. O maldito urubu, desesperado, agarrou as patas de Martim, tentando evitar a sua conversão, e os dois afundaram na gigantesca onda. Tudo se acalmou. Tudo estava acabado. O vale estava salvo. No mar, uma grande mancha de sangue em forma de cruz trazia o corpo de Martim para a praia. 

E até hoje, quando os eremitas Procelárias marcham entoando seus cânticos de guerra, contando seus feitos nas batalhas, nunca deixam de cantar um cântico dedicado a Martim Procelária, cuja letra é a seguinte:

"Certa vez, neste mar, uma grande guerra se travou entre os nobres Procelárias e o terrível poder das trevas. Mas quando tudo parecia perdido, eis que do céu veio uma luz de grande intensidade, e ouviu-se um brado como nunca se ouvira: AVE, MARIA PURÍSSIMA! Esse raio de luz, que era o Martim, penetrou junto com Menelau num grande furacão, e assim venceu-se a batalha.Pôde-se ver então a Justiça Divina: Martim Procelária arrependido e convertido foi ao céu; e Belzebu fugiu acovardado, levando entre os dentes o precito urubu, que teve a mesma sorte de todos os que atentam contra os filhos da Virgem. Passará a eternidade ao lado de Judas, continuamente triturados pelos dentes pútridos, mal cheirosos e incandescentes de Satanás".

Bispo retira nome "Católico" de hospital - Contra o Aborto

O bispo norte-americano Thomas Olmsted, da Diocese de Phoenix, Arizona, retirou o nome de "Católico" de hospital cuja freira vice-presidente havia autorizado aborto. O bispo também comunicou à freira Margaret McBride que ela incorreu no caso de excomunhão latae sententiae (automática).
Após investigação, o bispo tomou conhecimento que durante anos o hospital, à revelia das normas para hospitais católicos, prestava aconselhamento e fornecia suprimentos médicos para contracepção, fazia procedimentos para esterilização de mulheres e homens e que até mesmo fazia abortos por motivo de saúde física ou mental e em mulheres vítimas de estupro e incesto.
Casos assim mostram a urgência de que nossos bispos olhem com muito cuidado as instituições que prestam serviços médicos à população.


Nota do Blog:
Muito bom saber que temos Bispos atentos a doutrina da Igreja! Deus dê a sues ministros a sabedoria em todos os momentos!

Tatuagem, pode ou não pode?

Já é recurso de comunicação há vários milhares de anos. Essas inscrições tem contra si que são permanentes, por haver invasão de tintas em camadas mais profundas da pele.
Os nossos índios ganham dessa“modernidade” (de escasso bom gosto?), porque suas pinturas e ameaças de guerra são laváveis. Eles podem mudar de idéia, e começar nova etapa na vida.
Os nossos jovens e adultos civilizados não podem. Então isso de dizer que o mundo moderno não admite nada de definitivo, é desmentido pelos usuários desse recurso pictórico.

Não vale o axioma da pilha:“gastou, jogou fora”. Por isso, erroneamente se quer argumentar que o casamento não pode ser definitivo, por estar fora da mentalidade moderna...Os sentimentos, as promessas amorosas, a classificação de personalidade, a estigmatização das tatuagens, são para sempre.

Não há mais espaço para o arrependimento. A Igreja, por uma certa época, proibiu o seu uso. É que os romanos “carimbavam” os seus inimigos com esta humilhação. E também durante muito tempo, os governos marcavam os bandidos considerados irrecuperáveis com essas pinturas. Hoje as gangues, e outros, tem a sua linguagem esotérica, para se identificarem e fazerem suas comunicações.
Nós costumamos usar uma linguagem normal para o nosso corpo. Assim, as roupas que usamos, as jóias que as pessoas portam, os enfeites, os calçados, os penteados, falam aos outros do que somos e o que queremos. Quando vemos uma linda jovem, enfeitada com jóias, maquiada e penteada, concluímos que ela deseja cair na vista, e tem planos para a vida. Mas quando encontramos um homem maltrapilho, sujo, e com barba desgrenhada, concluímos que se trata de alguém que não acredita mais na vida.

 
 E se queremos expressar nossa pertença a Deus, podemos usar medalhas, anéis, que transmitem aos outros nossas convicções. Não é preciso tatuar a pele. Também perante Deus, para lhe demonstrar nossos fiéis propósitos, basta fazer-lhe promessas e votos. Não há necessidade de modificar a nossa pele. Até Ele, quando nos quer marcar como escolhidos, não nos carrega de inscrições corporais. Mas nos marca na alma, como no batismo e na crisma. “Eu conheço aqueles que escolhi” (Jo 13, 18).


Dom Aloísio Roque Opermann, SCJ
 Arcebispo de Uberaba, MG

É preciso mortificar o homem velho

Um santo bispo emprega uma bela comparação para nos fazer compreender o que é o homem velho e a necessidade de o mortificarmos: "O homem, diz ele, santuário de Cristo, é semelhante a um templo magnífico em cujas paredes lançou raízes uma figueira selvagem. O arquiteto levanta as pedras e torna a colocá-las no seu lugar; a figueira destruidora seca e morre. Assim é o pecado: introduz-se, ramifica-se na nossa carne degradada; a morte chega, a parede desmorona-se, a figueira seca, e Cristo divino arquiteto do Seu templo, é que o há-de restaurar pela ressurreição num estado de imutável solidez. Neste mundo, acrescenta o santo doutor, nós não podemos desenraizar a figueira maldita, mas o que pudermos fazer devemos fazê-lo, isto é, mutilar, cortar o mais possível os ramos da árvore e, pela mortificação cristã, impedi-la de dar os seus frutos envenenados." (São Metódio)

A castidade é uma virtude necessariamente austera e mortificada: efetivamente, restabelecer e manter a ordem naquele ser dividido a que o pecado nos reduziu, é positivamente subjugá-lo. Ela não poderia viver nem poderia desenvolver-se sem o socorro da mortificação cristã, que reprime e disciplina os nossos sentidos corporais e as nossas potências interiores, imaginações e afetos, a fim de deixar livre expansão à nossa alma. "A mortificação, cortando-nos os dois pés, obriga-nos a não mais nos servirmos senão das asas." (Mons. Gay)

O demônio vê os castos e os consagrados elevarem-se diretamente para Deus, pela simplicidade e pela pureza. O seu trabalho maldito consiste em impedir essa retidão de coração, em aviltar as almas até à terra, em imprimir-lhes uma tendência para as afetações, a sensualidade, as comodidades. Ele sabe bem que o lírio amolecidocurva-se, inclina a haste, toca na terra e, em vez de dar a sua corola branca e suave, morre e apodrece. A alma casta eleva-se e mantém-se irmã dos anjos, com a condição de deixar a terra "dos que vivem molemente" (Job., XXVIII,12), e de fazer à natureza má uma guerra sem quartel, de viver numa contínua austeridade.

"Sejamos nós o que quer que seja: dotados das mais felizes disposições ou possuídos de más tendências; iniciados ou veteranos na piedade; na posse intacta da nossa veste de inocência ou não tendo mais do que farrapos maculados, todos nós temos uma indiscutível necessidade de mortificação; é um meio necessário a todos para se adquirir ou conservar a virtude. Ao cavalo mais educado é sempre bom manter a rédea um bocadinho curta e fazer sentir a espora". (Rodriguez)

"É a cruz que se tem de levar em cada dia, diz São Bernardo; mas a unção de divina graça torna-a tão leve!"
Afetos. - "Ó Deus onipotente, nós Vos entregamos os nossos sentidos para a mortificação; concedei-nos que sintamos uma santa alegria; e que sendo mitigado o ardor dos nossos apetites terrenos, nós possamos saborear mais comodamente as coisas do céu. Assim seja" (Missal Romano).
Exame. - Estou eu convencida da necessidade de me mortificar para me conservar casta? - Não me tranquilizo imprudentemente, sob o pretexto de que não tenho, atualmente grandes tentações? - Procuro tornar-me hábil para tudo aproveitar no sentido de contristar, contrariar, incomodar, arruinar a má natureza? - O que faço eu, exatamente, com este fim? - Se eu não for corajosa e constante na mortificação, o que é que me poderá dar segurança?
Resolução.
Ramalhete espiritual. - "Se vós viverdes segundo a carne, morrereis; se mortificardes pelo espírito as obras da carne, vivereis". (Rom., VIII, 13).

(Ensaio sobre a castidade, pelo Pe. F. Maucourant, edições Paulistas, ano de 1959, com imprimatur)


O Suave Milagre

Junto a Siquém, num sórdido casebre, vivia uma viúva, desgraçada entre todas. Tinha um filho doente que definhava aos poucos, vencido pelas febres.

O chão era úmido e malsão: não havia ali a mais miserável enxêrga. Só alguns trapos que serviam de leito.

Na lâmpada de barro velha e suja secara o azeite.
O grão faltava na arca; cessara o ruído dormente do moinho doméstico. Em terras de Israel era isto a evidência cruel da mais negra miséria.

A pobre mãe, sentada a um canto, chorava. Mal deitada em seu colo descarnado, envolta em farrapos, pálida e tremente, a criança pedia-lhe numa voz débil como um suspiro, que fôsse chamar esse Rabi de Galiléia, de quem ouvira falar junto ao poço de Jacó, que amava as crianças, dava de comer às multidões e curava todos os males humanos, com a simples carícia de suas mãos pálidas e esguias.

E a mãe dizia-lhe chorando:

- Como queres que eu te deixe e vá em busca do Rabi da Galiléia? Obed é rico e tem numerosos servos: pois Obed, com seus auxiliares, procurou Jesus por todos os recantos e aldeias, desde Corazin até o país de Moab, e não o encontrou. Lúcio, o romano, é forte, dispõe de centenas de soldados, e tudo fez para encontrar Jesus. Percorreu os campos e as estradas, desde o Hebron até o mar, e não conseguiu avistar o Rabi. Se os ricos e poderosos não descobriram Jesus, como queres tu que eu possa encontra-lo?

A criança com os olhos cerrados, repetia baixinho, muito triste:

- Mamãe! Eu queria ver Jesus da Galiléia!

E a mãe, a chorar torturada pela angústia, continuou:

- De que me servirá, meu filho, partir e ir procura-lo? Extensas são as estradas da Síria, curta é a piedade dos homens. Vendo-me tão pobre e tão só, os cães viriam ladrar-me à porta. Decerto Jesus morreu; e com ele morreu, uma vez mais, toda a esperança dos tristes.


Pálida e desfalecendo a criança implorou ainda:

- Mamãe! Eu queria ver Jesus da Galiléia!

Abrindo devagar a porta e sorrindo cheio de amor, Jesus disse à criança:

- Aqui estou, meu filho. Aqui estou!

(Autoria: Eça de Queiroz)