Alegria plena é estar em Cristo na "obediência da cruz", diz Papa

"Eis qual é a nossa alegria: aquela de participar, na Igreja, na plenitude de Cristo através da obediência da Cruz, de 'participar da herança dos santos na luz', de sermos 'introduzidos' no reino do Filho de Deus", afirmou o Papa durante a homilia da Santa Missa concelebrada com os 24 novos cardeais criados no Consistório Ordinário Público deste sábado, 20.

Liturgia da Solenidade de Cristo Rei do Universo aconteceu na Basílica Vaticana, às 9h30 (em Roma - 6h30 no horário de Brasília). Durante a celebração, o Pontífice entregou a cada um dos novos purpurados o anel cardinalício, "selo do pacto nupcial com a Igreja, de dignidade, solicitude pastoral e da mais firme comunhão com a Sé de Pedro", precisa uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Acesse.: Homilia de Bento XVI na Missa de entrega do anel cardinalício
O Santo Padre aproveitou a ocasião para centrar suas reflexões "sobre o mistério do Bispo de Roma e sobre aquele, a esse ligado, dos Cardeais, à luz da singular Realeza de Jesus, nosso Senhor", conforme explicou.

Bento XVI lembrou que, da mesma forma que no último Consistório, de 2007, também o desse ano caiu na data em que a Liturgia propõe leituras bíblicas centradas no mistério da Cruz.

Nesse contexto, o Bispo de Roma definiu a fé como o primeiro serviço do Sucessor de Pedro, uma fé que sabe reconhecer a divindade de Jesus em meio ao despojamento da Cruz. Sobre o Evangelho lido na Missa (Lc 23, 35-43), o Papa disse:

"O bom ladrão crê naquilo que está escrito na tábua sobre a testa de Jesus: 'O rei dos Judeus': crê, e se entrega. Por isto está já, subitamente, no 'hoje' de Deus, no paraíso, porque paraíso é isto: estar com Jesus, estar com Deus. Aqui então, queridos Irmãos, emerge claramente a primeira e fundamental mensagem que a Palavra de Deus hoje diz a nós: a mim, Sucessor de Pedro, e a vós, Cardeais. Chama-nos a estar com Jesus, como Maria, e a não lhe pedir que desça da cruz, mas estar ali com Ele".

Logo depois, o Papa explicou que a participação no senhorio de Jesus somente pode ser autêntica se houver participação na sua base, que é a Cruz.

"Nesse sentido, o lugar autêntico do Vigário de Cristo é a Cruz, persistir na obediência da Cruz.É difícil esse ministério, porque não se alinha com o modo de pensar dos homens – àquela lógica natural que permanece sempre ativa também em nós mesmos".

Por fim, o Sumo Pontífice disse que a eficácia da missão do Papa e dos Cardeais à Igreja depende da "fidelidade à realeza divina do Amor crucificado", do esforço em viver a lógica da humildade e do serviço.

"O primado de Pedro e dos seus Sucessores está totalmente ao serviço desse primado de Jesus Cristo, único Senhor", concluiu.
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